As epidemias costumam provocar um pânico generalizado na população, principalmente quando não se tem total conhecimento sobre a doença — é o caso da infecção pelo novo coronavírus (chamado de Sars-Cov-2). Esse tipo de situação pode abalar a saúde mental, causando estresse e ansiedade.
Por isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou orientações para preservar o bem-estar durante a pandemia. Os recados vão desde as atitudes que devemos ter com outros até maneiras de explicar a situação para crianças.
Seguir essas dicas ajuda indiretamente na prevenção, porque o risco de tomar atitudes sem embasamento científico — como passar vinagre em vez de álcool-gel nas mãos para evitar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus — diminui se você estiver com a cuca fresca.
Separamos os pontos mais importantes do documento:
Não seja preconceituoso
Desde a descoberta do Sars-Cov-2, várias pessoas amarelas relataram situações de discriminação pelo fato de o surto ter surgido na China. Acontece que o ele é capaz de contagiar gente do mundo todo. No nosso país, inclusive, o primeiro afetado foi um brasileiro que voltou de viagem da Itália.
Portanto, não ataque ninguém de etnias e nacionalidades diferentes da sua, estejam elas infectadas ou não.
Não rotule os indivíduos atingidos
A OMS defende que se referir a um paciente como “caso de coronavírus” ou à sua família como “família Covid-19” é uma forma de desumanizá-las em uma situação difícil. Não esqueça que, após a melhora, a vida deles continuará normalmente.
Em vez disso, procure usar termos como pessoas “que têm Covid-19”, “em tratamento contra a Covid-19” e “se recuperando da Covid-19”.
Evite o bombardeio de informações
A todo momento surge um dado novo sobre casos confirmados do coronavírus, o que leva os noticiários a lotarem sua programação de reportagens. Apesar de ser importante procurar conhecimento, o fluxo constante de notícias gera preocupação e estresse.
Sentiu que os sites e jornais estão te deixando ansioso? Tente se informar em momentos específicos, de uma a duas vezes ao longo do dia. E foque naquilo que ajudará a tomar atitudes práticas para prevenção. Essa, aliás, é a linha editorial de SAÚDE, como você pode notar nos nossos conteúdos sobre o tema.
E, claro, consulte apenas fontes confiáveis para não cair em fake news.
Oriente as crianças e ensine a lidar com as emoções
Os pequenos precisam ficar cientes do que está acontecendo, especialmente se há alguém infectado em casa. Ao perceber que os pais estão estressados e ansiosos, eles reproduzem esse comportamento e acabam buscando mais apego ou sendo mais exigentes com os adultos.
Acredite: principalmente se estão em idade escolar, os meninos e meninas percebem que há algo diferente.
Dê uma explicação condizente com a faixa etária deles e mantenha a rotina o mais normal possível. Se seus filhos demonstrarem preocupação, ajude-os a gerenciar suas emoções e a aliviar a ansiedade.
Tenha paciência com os idosos
Essa é uma dica crucial, visto que os mais velhos são a principal população de risco para sofrer complicações da Covid-19. Ofereça recomendações claras sobre a prevenção da enfermidade e as repita quantas vezes for necessário, sempre de forma calma e respeitosa.
É bom lembrar que a turma que está isolada em casa ou no hospital tem maior probabilidade de se tornar ansiosa, irritada, estressada e agitada — sobretudo os com declínio cognitivo e demência. Nessa hora, todo apoio emocional e prático é bem-vindo, seja da família, seja de profissionais da saúde.
Cuidados com pessoas isoladas
Se porventura você precisar ficar em casa ou no hospital, tenha cautela com as notícias sensacionalistas e conserve o que for possível das suas atividades diárias. Apesar do isolamento físico, comunique-se com seus familiares e amigos por internet e telefone.
Nos períodos de maior estresse, foque nas suas necessidades e envolva-se em atividades que goste e ache relaxante. Se exercitar (mesmo que na sala), ficar com o sono em dia e comer alimentos saudáveis sempre é uma boa.
Lembre-se que as autoridades de saúde pública e especialistas do mundo todo estão trabalhando continuamente para garantir os melhores cuidados aos afetados.
Fonte: Saúde Abril
Por: Maria Tereza Santos