Por que devemos falar sobre o Diabetes no Brasil?

nov 29, 2023

O Diabetes tem números alarmantes e que ao longo dos anos continuam a crescer. Estima-se que a doença atinge cerca de 537 milhões de pessoas em todo o mundo, e o Brasil está em 5º lugar no ranking de incidência, com 16,8 milhões de diabéticos entre 20 e 79 anos. Segundo a pesquisa Vigitel Brasil 2023, 10,2% da população brasileira possui o diagnóstico de Diabetes, números que alertam a importância de ações acerca do assunto no país.

Novembro também é marcado por ser um mês em que profissionais de saúde se mobilizam para falar da importância da prevenção e do diagnóstico. Neste mês, também é comemorado o Dia Mundial do Diabetes (14/11), que foi escolhido pela Organização Mundial de Saúde para homenagear Frederick Banting, um dos médicos responsáveis por descobrir a insulina como tratamento para a doença.

No Brasil, a campanha Novembro Diabetes Azul, criada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), adotou o círculo azul como símbolo e conscientiza ao longo de todo o mês sobre a doença com ações socioeducativas.

O que é Diabetes e qual a diferença entre os três tipos existentes?

O Diabetes é uma doença crônica causada pela falta ou a má absorção de insulina pelo corpo. A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas, com a função de quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia e serem aproveitadas por todas as células. O déficit desse hormônio aumenta a concentração de glicose no sangue e pode gerar diversas complicações para a saúde e para a qualidade de vida.

Existem três tipos de Diabetes: Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional. E por mais que tenham características parecidas, as causas são diferentes.

No tipo 1, a doença ocorre pelo ataque equivocado e permanente do sistema imunológico às células produtoras de insulina. Esse tipo acomete cerca de 5 a 10% do total de pessoas diabéticas e seu diagnóstico geralmente aparece na infância ou adolescência (mas nada impede que seja descoberto em adultos também).

Já o Tipo 2 é o mais comum, cerca de 90% das pessoas com Diabetes são diagnosticados com o Tipo 2 da doença. Neste caso, pelo estilo de vida do paciente (por exemplo: sedentarismo, obesidade e alimentação) ou fatores hereditários, o corpo é resistente aos efeitos da insulina, causando a alta concentração de açúcar no sangue.

Também existe o Diabetes Gestacional, condição exclusiva durante a gravidez no qual o aumento da resistência à insulina é causado pelos hormônios gestacionais. Geralmente essa condição se normaliza depois do nascimento do bebê, mas é necessário manter os exames e a observação, pois, seu histórico é um importante fator de risco para o desenvolvimento do Diabetes Tipo 2.

A importância do diagnóstico para o Diabetes

A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que cerca de 7,7 milhões de brasileiros adultos possuem Diabetes, mas não tem o diagnóstico. Esse é um problema de saúde pública grave, que leva muitos a óbito. Segundo Fraige Filho, presidente da seção sul e centro-americana da IDF, o Diabetes é responsável por 50% das mortes por doenças cardiovasculares, as quais são consideradas as principais causas de mortalidade devido às complicações.

Essa condição, que pode causar uma série de complicações para além das cardiovasculares, afeta diretamente a qualidade de vida. Alguns dos principais problemas que o paciente pode ter devido ao Diabetes são: nos nervos e extremidades (podendo resultar em amputação de membros), nos olhos (causando cegueira) e nos rins (levando a insuficiência renal crônica).

Por isso, o seu diagnóstico precoce é importante para garantir uma vida saudável para o diabético, que ao descobrir a doença pode começar o tratamento que se estenderá ao longo de sua vida.

Brasil é um dos países onde mais se cresce o número de diabéticos

Os dados e complicações do Diabetes expressam a necessidade de ações socioeducativas acerca da doença, que aumenta significativamente no Brasil e causa preocupação nos especialistas. Muitos relacionam o problema com a desigualdade social que assola o país, afinal, boa alimentação, uma rotina de exercícios e conhecimento do histórico familiar pode ajudar a prevenir ou se diagnosticar a doença de Tipo 2 precocemente. E, em um país no qual a população passa por jornadas exaustivas de trabalho e muitas vezes por insegurança alimentar, é esperado que os casos aumentem expressivamente.


O Inquérito Vigel Brasil 2023, citado no início deste artigo, também apontou que o diagnóstico é mais frequente em mulheres do que em homens, mais um fator social determinante, já que grande parte das mulheres brasileiras enfrentam duplas jornadas e não encontram tempo para o autocuidado.

O Brasil é um país que enfrenta diversos problemas relacionados à saúde pública, seja por sua enorme extensão ou pelas diferenças socioeconômicas. Diagnosticar o Diabetes é simples, mas não chega a todos, por isso, o apoio a entidades que disseminam informações sobre Diabetes é essencial não apenas no mês de novembro.

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